
O ladrão foi para o céu sem praticar caridade?
25/07/2024
- 1. O ladrão crucificado com Cristo foi para o céu sem praticar caridade?
- R: Não, pois além de acreditar em Cristo, também praticou a fé por atos concretos.
- Se diz do ato de caridade ou bondade, toda ação capaz de transformar uma realidade atual em algo novo e melhor:
- "Todo aquele que está em Cristo é nova criatura. Passou o que era velha; eis que tudo se fez novo!" (II Coríntios 5, 17)'
- Reconhecer-se culpado; aceitar a justiça sobre seus atos maus e se arrepender são posturas dos que já se encontraram com o Bem.
- Esses foram os sinais da conversão do ladrão, agraciado com a fé que aceitou receber por meio de Cristo.
- Mas sua principal atitude caridosa foi defender Cristo, enquanto este era ofendido pela multidão, e por outro crucificado:
- "Desejando Pilatos soltar a Jesus, insistiu:
- "Eles, porém, mais gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o!
- "Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele, dizendo: Se és o Cristo, então, livra-te a ti e a nós." (Lucas 23. 39-40)
- "Mas o outro o repreende:
- "Sequer temes a Deus? Para nós isso é justo. Recebemos o que merecemos por nossos crimes. Mas este não fez mal algum." (Lucas 23. 41)
- O ladrão arrependido foi a voz que não se calou contra a injustiça que crucificava e oprimia a um inocente.
- Seus atos o fizeram receber a salvação:
- "Jesus, lembra-se te mim quando tiverdes entrado no teu Reino.
- 'Jesus então respondeu: Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no paraíso. (Lucas 23, 42-43)
2. A caridade vem de Deus?
- R: Em nossa imperfeição, amamos mais facilmente a nós que aos outros.
- Por isso é normal nos indivíduos um certo egoísmo.
- O egoísta não reparte a bondade que gratuitamente recebeu, seja de Deus ou dos homens, porque visa só o ganho.
- É preciso crer no auxílio de Deus para que se possa amar ao próximo e a Deus:
- "Eu sou a videira; vocês os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muitos frutos, pois sem mim nada podeis fazer." (João 15,5)
- Só a caridade cura o egoísmo.
- 'CATECISMO: § 1931 - Que cada um respeite o próximo, considerando antes de tudo sua vida e meios necessários para mantê-la dignamente. Nenhuma lei, por si só, fará desaparecer os preconceitos e as atitudes de orgulho e egoísmo que constituem obstáculos para uma sociedade fraterna. Esses comportamento só cessam com a caridade, que nos faz ver cada ser humano como irmão.'
3. A fé necessita de sinais visíveis?
- R: Se o mérito de crer sem ver é restaurar a confiança do ser humano em Deus, o Criador não é insensível as limitações que nos fazem acreditar e confiar mais facilmente no que vemos, ouvimos e tocamos.
- Por isso, certas manifestações Divinas são visíveis por sinais, como os milagres; a água do Batismo, o pão e o vinho das hóstias.
- Estes sinais auxiliam a fé a progredir na confiança em Deus.
- Muitas coisas sabemos existir, mas não podemos vê-las, senão por seus sinais exteriores.
- Não podemos ver o Amor.
- Todavia, não podemos negar sua existência.
- Quem vê o filho que cuida do pai; o pai que dá a vida pelo filho; o que partilha sua comida e entrega seus pertences aos pobres, vê o amor em seus sinais práticos.
- Não podemos tocar no amor, mas por meio do amor podemos tocar outras vidas.
- A caridade é o sinal visível da fé invisível.
4. A capacidade de crer vem de Deus?
- R: Sim, pois a imperfeição limita nosso intelecto a reconhecer como realidade apenas aquilo que nossos sentidos conseguem capturar (visão, audição, olfato, tato etc).
- Mas a realidade que se percebe pelos sentidos foi gerada, e é sustentada noutra realidade, superior e invisível.
- Essa, chamamos Deus
- O mundo não pode criar a si mesmo, nem o universo gerar a si próprio.
- A causa da criação não pode ser encontrava dentro da própria criação.
- Logo, quem cria e conserva o que criou é Deus.
- A realidade humana não pode acessar a realidade Divina sem o auxílio desta.
- A fé permite reconhecer a realidade Divina invisível, por meio dos atos da natureza humana visível que Deus tomou para si em Jesus Cristo.
- Nele, a realidade superior e invisível permitiu ser vista, ouvida e testemunhada por ações concretas.